Rumores de uma possível unificação das duas companhias começaram em março, quando o fundador da Marfrig, Marcos Molina, assumiu a presidência do Conselho Administrativo da BRF, na qual sua participação acionária é de 33,27%

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Miguel Gularte, que ocupava o cargo CEO da Marfrig desde 2018, agora passa a exercer a mesma função da BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão (Crédito: divulgação)

O setor de proteína animal foi marcado por um rodízio de comando nessa terça-feira (30). A BRF S.A. comunicou ao mercado o pedido de renúncia de Lorival Luz, que era o presidente global da empresa desde junho de 2019, e já anunciou o nome de Miguel Gularte, que de julho de 2018 até então era o CEO da Marfrig Global Foods S.A.

Para o lugar de Gularte foi nomeado Rui Mendonça Junior, que dirigia a área de industrializados da Marfrig. Como efeito dessa troca toda, o mercado reascendeu a especulação sobre a fusão entre as duas companhias, embora nenhuma delas confirme tal movimentação.

Essa possibilidade vem sendo cogitada desde que a Marfrig se tornou a principal acionista da BRF, com 33,27% do controle, e seu fundador, Marcos Molina, assumiu a presidência do Conselho Administrativo da dona das marcas Sadia e Perdigão.

A junção acirraria a concorrência global da indústria de proteína animal, mas a JBS S.A. ainda seguiria na liderança. Ao menos é o que mostram os relatórios financeiros das três gigantes sobre o segundo trimestre de 2022. Enquanto o valor de mercado da JBS é de R$ 69,4 bilhões, o da BRF está em R$ 18,6 bilhões e o da Marfrig, em R$ 9 bilhões.

Segundo a análise da equipe de Research da XP Investimentos, a BRF pode ganhar mais agilidade nos negócios com a chegada de Gularte, “eliminando a inércia incômoda que era responsável por oportunidade perdidas no passado” e gerando aumento da participação nas exportações e em receita. O executivo tem quase 40 anos de experiência no setor de carnes. Começou pela Cooperativa Industrial de Carnes e Derivados (Cicade), comandou o frigorifico PUL (Uruguai), foi vice-presidente internacional do Minerva Foods e presidente da JBS Mercosul.

Do lado da Marfrig, a expectativa também é positiva. Mendonça, que está há quatro décadas no setor de carne bovina e desde 2007 na empresa, assumiu o setor de industrializados em 2017. No período de 2018 até agora, a participação dessa área na receita total da empresa na América do Sul saltou de 5% para 15%.

*Por Romualdo Venâncio 31/08/22 – 08h07 – Atualizado em 31/08/22 – 08h19

Fonte: Isto é Dinheiro – https://www.istoedinheiro.com.br/