Publicação afirma ainda que a cúpula do clima da ONU deste ano “certamente será caótica”

11/04/2025

Imagem aérea de Belém, que receberá a COP30 em novembro
05/02/2025
REUTERS/Adriano Machado
Imagem aérea de Belém, que receberá a COP30 em novembro 05/02/2025 REUTERS/Adriano Machado

“Belém é uma cidade esburacada na Amazônia brasileira, quente, pontilhada de esgoto a céu aberto e com poucos leitos de hotel.” É assim que reportagem publicada pela revista britânica The Economist na quarta-feira, 9, define a capital do Pará, que em novembro, sediará a COP30. A publicação afirma ainda que a cúpula do clima da ONU deste ano “certamente será caótica”.

As principais críticas da The Economist são em relação às dificuldades de Belém para acomodar os negociadores do clima que desembarcarão no Pará em novembro. A revista destaca que a cidade de 1,3 milhão de habitantes possui leitos de hotel suficientes para apenas 18 mil visitantes.

Espera-se que outros 5 mil turistas se hospedem em navios de cruzeiro que ficarão ancorados em um porto próximo. “Escolas públicas e quartéis militares estão sendo equipados com ar-condicionado e beliches para se tornarem ‘albergues’. O que normalmente são ‘motéis do amor’ também será uma opção”, escreveu.

The Economist também aponta algumas das obras que estão sendo realizadas em Belém como parte dos preparativos para a COP30. “Um trecho de 13 km de floresta intocada foi derrubado para dar lugar a uma rodovia para aliviar o tráfego de entrada. Alguns projetos de infraestrutura exigiram a dragagem e o preenchimento de rios e canais de esgoto com concreto.”

Em entrevista à publicação, Adler Silveira, secretário de infraestrutura do Pará, afirma que as reformas para a preparação para a crise deixarão um legado positivo.

Por fim, o texto diz que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Helder Barbalho, governador do Pará, têm tentado criar alternativas à agricultura e à mineração na região. “Ambos promoveram o desenvolvimento de um mercado de créditos de carbono, atraíram investimentos em energia limpa e promoveram o potencial da “bioeconomia”, na qual produtos da floresta tropical são usados para produzir materiais e energia.”

Fonte: Estadão Conteúdo