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Publicado na Edição 336 Janeiro 2023 – Jornal Perspectiva

Junta Comercial deve estar próxima da sociedade

Alberto Murray Neto

A Junta Comercial tem o dever legal de analisar os aspectos formais, registrar e dar publicidade aos atos societários das empresas, para que passem valer perante terceiros. Entretanto, a Junta Comercial pode ter um papel muito além do que aquele previsto em lei.

A Junta Comercial deve ser uma referência na sociedade em questões de direito societário. O primeiro passo para isso é ter um colégio de vogais de alta respeitabilidade, composto por pessoas de notório conhecimento jurídico, contábil e empreendedorismo. O corpo de assessores técnicos também deve ser formado por pessoas qualificadas.

Para ser um centro relevante de questões de direito societário, a Junta Comercial deve promover debates sobre a questão. Deve convidar grandes advogados, contadores e empresários para dar palestras. Paralelamente, deve mobilizar estudantes, para estarem presentes a essas palestras. A Junta Comercial deve buscar as universidades, para que conheçam o seu trabalho, visitem a entidade e participem dos debates decorrentes das palestras realizadas. Na medida em que isso ocorrer com frequência, outros profissionais se sentirão encorajados a visitar a Junta Comercial e assistirem às palestras.

No passado, isso foi feito com muito sucesso. A Junta Comercial do Estado de São Paulo recebia, quase que semanalmente, emitentes juristas e professores para tratar de temas atuais de direito societário. A plateia era repleta de estudantes e pessoas em geral, que iam ao órgão discutir temas importantes da vida empresarial do estado. A Junta Comercial caminhava muito mais próxima de seus usuários. Era mais um bom serviço prestado pelo órgão do registro empresarial. A Junta Comercial deve caminhar junto aos seus usuários e ser considerada uma importante referência do mundo do direito e empresarial.

Alberto Murray Neto é advogado de Murray – Advogados, PLG International Lawyers, Ciragan Office Tower, website www.murray.adv.br

Alberto Murray Neto

Junta Comercial no Direito e Economia

O aumento da atividade econômica produz riqueza, gera empregos e aumenta a arrecadação tributária. Quando a economia vai bem, surgem novas empresas, novos negócios, fusões e aquisições de sociedades. Esses movimentos econômicos são instrumentalizados por meio de documentos societários que, para terem eficácia, devem ser registrados nas Juntas Comerciais dos Estados. Por isso, os órgãos do registro do comércio são essenciais para que o setor privado possa ampliar suas atividades.

A Junta Comercial do Estado de São Paulo, a maior do país, tem um movimento impressionante de documentos diários. É responsável pela análise, registro e arquivamento de milhares de documentos por dia, o que inclui a emissão de certidões e a normatização das atividades dos leiloeiros e dos tradutores juramentados.

Para que as Juntas Comerciais possam seguir prestando bons serviços aos usuários é necessário que os seus dirigentes estejam constantemente em busca de caminhos para modernizá-las e mantê-las sempre prontas para atender às demandas dos usuários. E a maneira mais eficiente de atingir esse objetivo é por meio das parcerias com o setor privado. Até a década de 90, a Junta Comercial do Estado de São Paulo funcionava em local único, em seu escritório central. Isso significava que empresários de cidades distantes tinham que se deslocar até a capital para protocolar e retirar seus documentos.

A partir da década de 90, quando o advogado Paulo Roberto Murray assumiu a presidência da entidade, foram estabelecidas as primeiras parcerias público privadas, sendo criados os Postos Regionais e, em seguida, os Escritórios Regionais da Junta Comercial. Com isso, ficou muito mais fácil para os usuários terem seus documentos analisados, pois havia braços da Junta Comercial paulista espalhados por todo Estado. Deve ser lembrado o trabalho importante que, naquela ocasião, realizou a Associação Comercial de São Paulo, então presidida por Lincoln da Cunha Pereira, essencial para que essa parceria entre o Estado e setor privado pudesse ter sucesso. Hoje, esse modelo criado na década de 90 está definitivamente consolidado.

Mas as medidas de modernização devem ter a atenção permanente das Juntas Comerciais. Serviços públicos mal prestados implicam cidadania precária. As Juntas Comerciais são parte crucial no desenvolvimento econômico.

Alberto Murray Neto, de Murray – Advogados, PLG International Lawyers, website www.murray.adv.br