Tragédia em cidade mineira completa três anos nesta terça-feira

Publicado em 25/01/2022

As chuvas das primeiras semanas de 2022 em Minas Gerais têm colocado a mineração em alerta, ao mesmo tempo em que moradores de áreas próximas às minas e às barragens voltam a temer a repetição de tragédias como a de Brumadinho (MG). O episódio que tirou a vida de 270 pessoas completa exatos três anos nesta terça-feira (25).

De lá para cá, o setor e o poder público anunciaram medidas que prometiam trazer maior segurança à população. No entanto, um dossiê divulgado na semana passada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) mostra que o cenário atual segue oferecendo preocupações. Constatou-se que 18 das 31 estruturas de mineração em situação de emergência no estado precisam de medidas emergenciais.

O relatório é fruto de uma parceria com a Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam), órgão ambiental vinculado ao governo mineiro. Foram reunidas informações como a pluviosidade média que incidiu em cada barragem, a existência ou não de plano para o período chuvoso, a avaliação da performance do sistema de drenagem, as referências a anomalias e patologias registradas, além de ações planejadas de manutenção e monitoramento.

O levantamento, considerado preventivo, foi anunciado como uma resposta aos últimos acontecimentos em meio às chuvas torrenciais. Em algumas localidades, foram registrados mais de 200 milímetros em apenas dois dias.

Segundo o MPMG, as mineradoras tiveram um prazo de cinco dias para apresentar documentos e prestar esclarecimentos. Expostas ao alto volume pluviométrico, as 18 estruturas precisarão de algum tipo de intervenção específica para prevenir novas intercorrências.

No dia 8 de janeiro, um dique da mina de Pau Branco, pertencente à mineradora francesa Vallourec, transbordou em Nova Lima (MG). Não houve ruptura da estrutura e nem mortes, mas a rodovia federal BR-040 foi atingida e ficou interditada por quase dois dias. A Vallourec recebeu do governo de Minas Gerais uma multa de R$ 288 milhões.

Um dia depois, o susto foi em Pará de Minas (MG). A população do entorno da represa da Usina Hidrelétrica do Carioca foi orientada a deixar suas casas às pressas diante do risco de rompimento, embora a estrutura da companhia têxtil Santanense não se seja uma barragem de mineração e sim de água.

Em Congonhas (MG), a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) justificou a suspensão dos trabalhos no domingo (9) pelo aumento do volume de chuva. Uma decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) determinou há duas semanas o envio de fiscais da Defesa Civil para averiguar a situação, próxima à barragem Casa de Pedra.

A mineradora assegura que os deslizamentos são na área externa de barragem e que está trabalhando para conter o problema. A CSN também elevou, no dia 11 de janeiro, o alerta para a barragem B2 da Mina de Fernandinho, em Rio Acima (MG).

Já no dia 13 de janeiro, a Vale comunicou a alteração das condições de segurança em duas estruturas: a barragem Área IX, da Mina da Fábrica em Ouro Preto (MG), e o Dique Elefante, da Mina Água Limpa no Rio Piracicaba (MG).

“A companhia já iniciou estudos e ações corretivas em ambos os casos. Não há a ocupação permanente de pessoas nas zonas de autossalvamento correspondentes”, informou a mineradora na ocasião.

Diante da força das chuvas, as operações em diversas minas foram suspensas. O Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), que representa as maiores empresas do setor, emitiu uma nota dizendo que o setor age com cautela diante dos fenômenos naturais e que as paralisações eram medidas temporárias de precaução para minimizar riscos.

“Se esta intensidade de chuvas perdurar por um curto período, o Ibram estima que não haverá reflexos na variação do preço dos minérios e na oferta. Todas as estruturas que compõem as empresas – como barragens de rejeitos – estão sendo monitoradas 24h ao dia e a qualquer sinal de anormalidade as autoridades são imediatamente comunicadas e medidas de emergência, como alertas, são tomadas imediatamente”, informou a entidade.

Projeto

Para o engenheiro Marcos Massao Futai, professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), vazamentos ou rompimentos podem indicar problemas de projeto. “Se ele for bem feito, com premissas bem estabelecidas, isso não era pra acontecer”, avalia.

Ele explica que uma fase dos estudos envolve o levantamento hidrológico. “Há um estudo estatístico que leva em conta o período de recorrência, que é uma premissa do projeto. Para barragens muito importantes, esse estudo é feito para uma chuva decamilenar. Ou seja, qual é a maior chuva que poderia acontecer em dez mil anos? Aquela barragem vai ser projetada para suportar isso”, diz.

Depois da tragédia de Brumadinho, o descomissionamento de barragens que utilizam o método de alteamento a montante se tornou obrigatório no país. A Lei Estadual 23.291/2019, que tornou a medida obrigatória, fixou um prazo de três anos, que se completará no próximo mês.

Em âmbito nacional, a Agência Nacional de Mineração (ANM) editou uma resolução com determinação similar mas estabeleceu outras datas: agosto de 2021 para estruturas inativas e agosto de 2023 para aquelas que ainda estavam em operação.

Em todo caso, nem o prazo mais alargado deve ser cumprido. Até agora, menos de 20% das estruturas alteadas a montante no estado tiveram seu processo concluído. Após a rompimento da sua barragem em Brumadinho, a Vale anunciou o descomissionamento de nove estruturas.

Com base nas determinações legais fixadas posteriormente, ela passou a listar 30. Apenas sete delas já estão com o processo concluído. A última, que teve a finalização anunciada em novembro do ano passado, foi o Dique 5, em Itabira (MG).

Diante dos riscos associados às barragens alteadas a montante, o descomissionamento muitas vezes passou a ser acompanhado por uma medida emergencial: a construção de muros de contenção, que atuariam como uma barreira para bloquear a passagem de uma onda de rejeitos. Essas obras costumam ser pactuadas entre mineradora e poder público nos casos mais críticos, quando há alto risco de rompimento.

Em meio ao alto volume pluviométrico, no entanto, consequências indesejadas foram relatadas por moradores da comunidade de Macacos, em Nova Lima, onde foi erguida uma dessas estruturas com cerca de 40 metros de altura para frear o impacto de uma eventual ruptura na barragem B3/B4. Mas com a retenção de água da chuva, ocorreu um alagamento nos acessos ao local e a população ficou ilhada.

Por meio de nota, a Vale afirma que o muro foi projetado para permitir a passagem do fluxo da água a partir de seu vertedouro e suas comportas. “Entretanto, devido ao elevado volume de chuvas – superior a 520 mm desde o início deste ano e acima da capacidade da estrutura –, a contenção acabou contribuindo para alagamentos nas vias próximas à estrutura. Com a melhora da situação climática e gradual liberação dos acessos nas áreas afetadas, as equipes técnicas da Vale já se mobilizam para executar uma avaliação aprofundada e identificar melhorias necessárias na estrutura”, garante a mineradora.

Futuro

Um movimento que vem ocorrendo no Brasil é a adoção de métodos do empilhamento à seco, conhecido também pela expressão em inglês dry stacking: a água filtrada é reutilizada no processo produtivo enquanto o rejeito é disposto em pilhas, dispensando assim o uso das barragens.

Essa alternativa, embora seja mais custosa, tem se tornado atraente em meio às mudanças na legislação ambiental brasileira. Muitas das grandes mineradoras que atuam no país têm caminhado nessa direção.

A Vale, por exemplo, iniciou em 2011 um projeto piloto em Vargem Grande (MG) e estima alcançar uma investimento de R$ 1,5 bilhão na implantação desta tecnologia em outras minas no período entre 2020 e 2023.

No mês passado, a Usiminas anunciou a inauguração de um sistema dry stracking em Itatiaiuçu (MG). “A nova planta permitirá à empresa encerrar o ciclo de uso das barragens para a disposição dos rejeitos gerados no processo de beneficiamento de minério”, assegura a mineradora, que aponta ainda outra vantagem do sistema: a recirculação da água reduz a necessidade de captação em rios ou poços.

Apesar do otimismo publicamente manifestado pelas mineradoras, o episódio ocorrido na mina de Pau Branco levanta o alerta. A Vallourec utiliza o sistema de disposição a seco no local. O transbordamento ocorreu no dique que capta a água da chuva que passa pela pilha de rejeitos. O nível da água se elevou porque parte do material empilhado escorregou para o reservatório.

“São coisas para se estudar. Essas pilhas estão começando a ser construídas e vão atingir alturas consideráveis. Mas deve demorar algumas décadas para chegarmos nesse cenário”, diz Marcos Massao Futai.

Ele alerta que é preciso aprofundar os conhecimentos para evitar novos problemas. “Em alguns países de clima mais árido, esse sistema funciona bem. Em locais onde chove pouco, não se vê muito problema. No nosso caso, com o passar do tempo, pode-se criar nível freático dentro dessas montanhas artificias de rejeito”, pontua.

Para o engenheiro, o caminho é melhorar a tecnologia constantemente e encontrar formas mais seguras de depositar o rejeito. “Independente do método, ele precisa ser bem projetado, bem construído, bem monitorado e ser preparado para um dia fechar. Chega um momento que não é possível mais por material. E aí é possível devolver para a sociedade de forma que sejam áreas reutilizáveis. É possível prever por exemplo que, depois do empilhamento, seja construído um parque com revegetação. Envolve um esforço amplo, não só da engenharia”.

Barragens em emergência

Das 31 barragens em situação de emergência no estado, uma pertence à ArcelorMittal e uma à CSN. As outras 29 são de responsabilidade de Vale, inclusive as três que se encontram atualmente no nível de emergência 3, que significa risco iminente de ruptura: a B3/B4 em Nova Lima, a Sul Superior em Barão de Cocais (MG) e a Forquilha III em Ouro Preto.

Essa lista cresceu após um pente-fino impulsionado por órgãos de controle em resposta à tragédia de Brumadinho. Diversas barragens perderam suas declarações de estabilidade, o que exige sua paralisação e o acionamento automático do nível 1 de emergência.

Nos casos em que a gravidade da estrutura atinge nível de emergência 2 ou 3, é obrigatória a evacuação de todo o perímetro que seria alagado em caso de um rompimento.

A retirada de milhares de moradores de suas casas, em diversas cidades mineiras, foi uma realidade durante os meses que se seguiram após o rompimento da barragem de Brumadinho.

No ano passado, ainda houve ocorrências pontuais. Os atingidos, na maioria dos casos, costumam ser levados para imóveis alugados pela mineradora responsável. A reparação dos danos causados a essas populações vêm sendo discutida em diversas ações judiciais.

A Vale já chegou a ter quatro barragens no nível de emergência 3 e seis no nível de emergência 2. Por outro lado, é frequente a entrada de barragens na lista daquelas que demandam atenção.

Em abril do ano passado, por exemplo, o MPMG foi à Justiça para cobrar inspeções e pedir a paralisação das operações em 14 barragens da Vale que eram consideradas fantasma.

Elas haviam sido cadastradas pela mineradora em 2020 e até então não eram conhecidas dos órgãos competentes. Três dessas tiveram acionamento do nível de emergência 1, diante da falta de informações sobre as condições de estabilidade.

Por Agência Brasil – Rio de Janeiro

Capital mostra periferia como realizadora de novo modernismo

Publicado em 25/01/2022

Teatro Municipal de São Paulo

A cidade de São Paulo escolheu o dia de hoje (25), em que faz 468 anos, para lançar programação comemorativa de um dos eventos mais representativos da capital: a Semana de Arte Moderna de 1922 – que completa o primeiro centenário no dia 13 de fevereiro.

Cem anos depois, no entanto, no lugar dos intelectuais que protagonizaram o movimento no Theatro Municipal, São Paulo abre espaço para mostrar a periferia como realizadora do “novo modernismo”.

“Em 1922, quem apresentou o modernismo foi a classe intelectual. Hoje, 100 anos depois de os modernistas reivindicarem arte verdadeiramente nossa, quem apresenta o modernismo é a periferia pujante. Não precisa ser da academia para desenvolver cultura. A cultura da periferia exala nos poros, e não só nos livros”, destaca a secretária de Cultura de São Paulo,  Aline Torres.

“Esses grandes pensadores tinham poder e dominação da fala, em 1922. Era a elite paulistana, elite brasileira, elite cultural. Hoje, quando você pára para olhar, tem a Linn da Quebrada, tem uma Gloria Groove e outros artistas vindos da periferia que estão fazendo inovação cultural”, acrescenta Aline.

Theatro Municipal

Palco da Semana de Arte Moderna de 1922, o tradicional Theatro Municipal de São Paulo estará presente nas festividades do centenário, mas, desta vez, vai dividir as atenções com outros palcos espalhados pela periferia da cidade. Segundo a secretária, a intenção é fazer o público do centro conhecer os artistas das regiões mais afastadas, e vice-versa. 

“A ideia é trazer artistas da periferia para tocar nos palcos centrais, e levar os artistas que costumam tocar nesses palcos para os da periferia. É fazer essa troca e, assim, promover de verdade, a formação de público, o fomento cultural, esse intercâmbio de cultura. A gente vai ter muita programação incrível no Theatro, mas, ao mesmo tempo, atividades mostrando o modernismo da Brasilândia [bairro da zona norte da cidade]”, acrescenta Aline

Ela destaca que a intenção de aproximação não vai ser somente geográfica, mas também de linguagem. “Quando você fala com um adolescente de ensino médio, principalmente na escola pública, ‘você sabe o que é a semana do modernismo?’, ele vai falar não, isso não é para mim, não sei o que é isso”.

“E é justamente o contrário que a gente quer, aproximar o modernismo falando linguagem da juventude, linguagem da periferia, e mostrando que ele também faz parte desse novo modernismo”.

Parte da programação dos 100 anos da Semana de Arte Moderna já está disponível e pode ser vista aqui (http://22mais100.prefeitura.sp.gov.br).

Por Agência Brasil – São Paulo

Pequenas bolhas cobrem praias após naufrágio de cargueiro

Publicado em 25/01/2022

Praias douradas do Sri Lanka estão cobertas por pequenas bolhas de plástico, depois do incêndio e naufrágio do cargueiro X-Press Pearl há vários meses. Destroços da embarcação continuam a provocar estragos ambientais e econômicos.

A areia dourada deu lugar a milhares de pequenas bolhas de plástico, chamadas de nurdles, que estão aparecendo ao longo da costa da ilha por centenas de quilômetros. A Organização das Nações Unidas (ONU) considerou o naufrágio do X-Press Pearl, em maio de 2021, o “maior derramamento de plástico” da história, com cerca de 1.680 toneladas de nurdles lançadas ao oceano.

A maioria foi parcialmente queimada e contaminada com produtos químicos e detritos, o que representa ameaça à vida marinha e à comunidade local.

Turista inglês afirmou ao The Guardian que quando levou a família de férias para o país, os “filhos queriam nadar e brincar nas praias. Mas a areia era preta e parecia inseguro nadar”.

Desastre desencadeou enorme esforço de limpeza. A Marinha do Sri Lanka e a Autoridade de Proteção do Meio Ambiente Marinho (Mepa) reuniram cerca de 50 mil habitantes, principalmente mulheres, para recolher nurdles e outros detritos. Já foram recolhidos 60 mil sacos de 50 quilos.

Mulheres removem pequenas bolhas de plástico com máquinas trommel, peneiras rotativas semelhantes a tambores, que filtram partículas da areia. Só na praia de Sarakkuwa, moradores recolhem, em média, de 80 a 100 quilos de detritos por dia.

“Elas terminaram a limpeza da superfície, mas as nurdles estão agora enterradas na areia, a cerca de dois metros de profundidade. A maioria está queimada e é formada de pequenas partículas difíceis de remover com peneira ou trommel”, disse ao jornal Hemantha Withanage a diretora e ambientalista do Centro de Justiça Ambiental do Sri Lanka.

Segundo Hemantha Withanage, “as nurdles foram armazenadas em sacos de polietileno, em vez de recipientes rígidos, o que facilitou o derramamento”.

O país quer que partículas sejam declaradas resíduos tóxicos e apresentou à Organização Marítima Internacional proposta para regular transporte marítimo de pellets de plástico, que será debatida ainda neste ano.

No entanto, isso não ajudará a economia do Sri Lanka. Em 2019, antes da pandemia, turismo representava 12,6% do Produto Interno Bruto (PIB) do país e aproximadamente a terceira maior fonte de divisas.

Hotéis de luxo estão limpando suas praias privativas.

A pesca é outra fonte de rendimento do país, mas a poluição provocada pelo incêndio e naufrágio do X-Press Pearl provoca queda de rendimento.

A maioria dos pescadores ficou sem trabalho durante vários meses, e o governo pouco ajudou, afirmou Withanage.

Segundo a ambientalista, “as autoridades esqueceram que a pesca está sendo feita em águas contaminadas. Efeitos nocivos somam-se ao pedido de indenização para que o governo use fundos para ajudar os pescadores”.

Por RTP* – Colombo

Fonte: Agência Brasil

Aumentam relatos de dificuldades para realização de exame

Publicado em 25/01/2022

Movimento de pessoas em farmácia para a realização de exames rápidos de Covid e Influenza.

O Procon de São Paulo notificou a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), solicitando esclarecimentos sobre reclamações de falta de testes de covid-19. Segundo o órgão de defesa do consumidor, estão aumentando relatos de dificuldades para agendamento e realização de exames. 

Em resposta ao Procon, a Abrafarma informou que não há falta de testes nas farmácias. Apenas uma rede, de acordo com a associação, está com dificuldade para realizar os exames devido à alta procura na semana passada. Houve ainda, segundo a associação, recesso da indústria que reduziu o fornecimento. No entanto, a produção já foi retomada.

Segundo a Abrafarma prazo médio para agendamento de testes é de 24 horas, mas a espera pode chegar a 48 horas em algumas regiões. 

Operação

Desde o última dia 14, o Procon está fiscalizando problemas sobre testes de covid-19, como falta de exames e cobranças abusivas. Na semana passada, ao menos 267 farmácias e laboratórios foram visitados por representantes do órgão. 

Nos locais fiscalizados, foram solicitadas informações sobre testes disponíveis e preços cobrados para cada modalidade. Empresas devem apresentar notas fiscais de compra de insumos e de prestação de serviços que justifiquem  valores cobrados dos consumidores.

Por Agência Brasil – São Paulo

25/01/2022

Negligência e imperícia médica configuradas.

    A 1ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo aumentou a indenização por danos morais devida pela Autarquia Hospitalar Municipal Regional do Tatuapé à família de paciente que morreu em decorrência de negligência e imperícia médica. A reparação foi fixada em R$ 200 mil.

     Segundo os autos, a filha da autora da ação, grávida de seu primeiro filho, com 15 anos de idade, deu entrada no Pronto Atendimento de obstetrícia com queixa de cefaleia e edema em membros inferiores. Após uma primeira avaliação médica, foi constatada pressão arterial elevada e a paciente foi encaminhada para receber medicações e colher exames laboratoriais. Após todos os procedimentos, foi atendida por outra médica de plantão, que optou por dar alta à jovem, mesmo diante das queixas de que “suas vistas estariam escurecendo” e da sensação de que iria desmaiar. Cerca de uma hora depois de receber alta, a paciente retornou ao hospital após ter tido uma crise convulsiva em casa, fato que se repetiu diversas vezes no hospital. A equipe realizou cesária de urgência e, após o parto, a paciente faleceu.                           

    Para o relator do recurso, desembargador Rubens Rihl, houve nexo de causalidade entre a alta da jovem e seu óbito. “Restou comprovado que o fatídico evento narrado nos autos poderia ter sido evitado, se adotada a conduta médica adequada. Isto é, diante dos sintomas apresentados pela filha da autora ao chegar no nosocômio como pressão arterial elevada, inchaço, vistas escurecidas, etc., a equipe médica deveria ter procedido à imediata internação hospitalar da paciente, em UTI, com resolução obstétrica e controle pressórico efetivo”, escreveu. O magistrado também ressaltou que a patologia apresentada pela paciente é comum e previsível entre gestantes, “de forma que os sintomas são perceptíveis ainda no primeiro atendimento; não se cuidando de enfermidade de difícil constatação ou rara ocorrência, a dificultar a escolha acercado procedimento a ser seguido”.

     O julgamento, de votação unânime, teve a participação dos desembargadores Aliende Ribeiro e Vicente de Abreu Amadei.

    Apelação nº 1015244-26.2019.8.26.0053

    Fonte: Comunicação Social TJSP –  imprensatj@tjsp.jus.br

Tremor de magnitude 5,3 foi seguido por série de abalos menores

Publicado em 24/01/2022

O Haiti foi atingido por um terremoto de magnitude 5,3 e uma série de tremores menores nesta segunda-feira que mataram uma pessoa e levaram moradores em pânico a fugirem às ruas na península sul do país do Caribe.

O Serviço Geológico dos Estados Unidos relatou que o primeiro tremor atingiu uma área perto da cidade de Les Cayes e foi seguido por tremores de 4,4 e 5,1 na mesma região, apenas seis meses depois de um grande terremoto no mesmo local matar mais de 2 mil pessoas.

Uma pessoa morreu e várias ficaram feridas em Fond des Négres, no Departamento de Nippes, segundo relatório de proteção civil enviado à Reuters que foi posteriormente confirmado pelo chefe da proteção civil, Jerry Chandler. Várias casas foram danificadas, diz o relatório.

Chandler havia dito anteriormente que não houve relatos de grandes danos.

Crianças saíram correndo de escolas em Les Cayes e as “pessoas estavam aterrorizadas”, embora não tenha havido danos, segundo um morador.

Em agosto, um terremoto de magnitude 7,2 destruiu dezenas de milhares de casas, deixou famílias dormindo no lado de fora debaixo de chuvas torrenciais e forçou o primeiro-ministro Ariel Henry a suspender eleições que haviam sido programadas para novembro.

O Haiti ainda está se recuperando de um tremor em 2010 que matou mais de 200 mil pessoas.

Por Reuters* – Porto Príncipe

Fonte: Agência Brasil

Novo modelo permitirá análise conjunta de texto, imagens e vídeo

Publicado em 24/01/2022

A Meta, dona do Facebook, anunciou nesta segunda-feira (24) que sua equipe de pesquisa montou um novo supercomputador de inteligência artificial que poderá ser o mais rápido do mundo quando concluído, ainda neste ano.

Segundo a empresa, o AI Research SuperCluster (RSC) a ajudará a montar melhores modelos de inteligência artificial que podem aprender com trilhões de exemplos, trabalhar em centenas de idiomas e analisar texto, imagens e vídeo juntos para determinar se o conteúdo for prejudicial.

“Essa pesquisa não apenas ajudará a manter as pessoas seguras de nossos serviços hoje, mas também no futuro, à medida que construímos o metaverso”, disse a empresa.

Em outubro, a companhia de mídia social mudou o nome para Meta com o objetivo de refletir seu foco no metaverso, que, para ela, poderá ser o sucessor da internet móvel.

O metaverso, termo amplo que gerou muito burburinho no Vale do Silício, refere-se a ambientes virtuais compartilhados a que as pessoas podem ter acesso por meio de diferentes dispositivos e nos quais podem trabalhar, brincar e socializar.

“As experiências que estamos construindo para o metaverso exigem enorme poder computacional (quintilhões de operações por segundo!) e o RSC vai permitir novos modelos de inteligência artificial que podem aprender a partir de trilhões de exemplos, entender centenas de linguagens e mais”, disse o presidente executivo da Meta, Mark Zuckerberg.

De acordo com a Meta, o RSC está entre os supercomputadores de inteligência artificial mais rápidos em execução. Um porta-voz da Meta disse que a empresa fez parceria com equipes da Nvidia, Pure Storage e Penguin para montar o supercomputador.

Por Reuters* – Nova York (EUA)

Fonte: Agência Brasil

24 de janeiro de 2022

Companhia aérea que extravia bagagem de passageiro comete falha na prestação do serviço. Com esse entendimento, a 7ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro negou recurso da American Airlines e manteve sentença que a condenou a pagar indenização por danos morais de R$ 15 mil, além de R$ 1 mil por danos materiais, a passageiro que teve sua bagagem extraviada em viagem ao exterior.

American Airlines prestou serviço falho ao extraviar bagagem, segundo o TJ-RJ

Em novembro de 2017, o homem pegou um voo com destino a Los Angeles, nos Estados Unidos, a trabalho. Chegando à cidade, foi informado de que sua bagagem havia sido extraviada. Ele, então, foi à Justiça contra a companhia aérea, argumentando que a perda de suas malas lhe causou transtornos, deixando-o sem itens à sua disposição durante a estadia na cidade.

A American Airlines, por sua vez, argumentou que restituiu a bagagem 15 dias depois e que a Convenção de Montreal não prevê a existência de responsabilidade do transportador pelo atraso da bagagem quando comprovada a adoção de todas as medidas necessárias.

O juízo de primeira instância aceitou o pedido do autor e condenou a empresa a indenizá-lo. A companhia recorreu, mas a sentença foi mantida pelo TJ-RJ. O relator do caso, desembargador Luciano Saboia Rinaldi de Carvalho, apontou que o parágrafo 3º do artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor estabelece que o fornecedor só não será responsabilizado por defeitos ou vícios quando provar que, tendo prestado o serviço, o defeito ou vício inexiste ou decorreu de culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.

Segundo Rinaldi, a previsão do artigo 19 da Convenção de Montreal, que isenta o transportador de responsabilidade pelo atraso na entrega da bagagem quando demonstrada a adoção de todas as medidas, não se aplica ao caso, uma vez que estas não foram comprovadas.

Com relação aos danos materiais, o magistrado refutou o argumento da American Airlines de que as notas fiscais apresentadas pelo autor não seriam válidas porque não foram acompanhadas de tradução. De acordo com o desembargador, os recibos, mesmo que em inglês, “facilmente demonstram que se referem a gastos com itens de uso pessoal e higiene próprios de quem, repentinamente, ficou sem todos os seus pertences de viagem”.
Processo 0196893-29.2018.8.19.0001

Publicado em 24/01/2022

Um sistema eletrônico que garante mais segurança na venda de carros novos começa a funcionar nesta segunda-feira. É o RENAVE 0KM – Registro Nacional de Veículos, uma iniciativa da Secretaria Nacional de Trânsito em parceria com o Serpro. A partir de agora, todo carro novo que sair do estoque das lojas para o comprador vai ter que passar pelo novo sistema.

Para as montadoras, não haverá mudanças. Um veículo faturado para um concessionário, vai ser identificado e registrado no sistema.

Frederico Carneiro, Secretário Nacional de Trânsito, explica que o Renave faz parte da transformação digital do governo federal, garantindo segurança e agilidade no repasse das informações. Ele destaca que os dados do carro e do comprador serão passados de forma instantânea e online para os Detrans estaduais.

Quando um consumidor comprar um veículo zero quilômetro, vai receber, além da nota fiscal, a Autorização para Transferência de Veículo Eletrônica, emitida na saída da concessionária. Somente de posse da ATPV-e será possível o emplacamento do veículo. Gileno Barreto, Presidente do Serpro, destaca que esse novo sistema vai evitar fraudes e dar mais segurança ao processo.

A adesão das concessionárias ao Renave é obrigatória, gratuita e deve ser feita pela Internet em credencia.estaleiro.serpro.gov.br.

Por Rádio Nacional – Brasília

Fonte: Agência Brasil

Postado em 24 de Janeiro de 2022

O réu irá responder em liberdade. 

O juiz da 3ª Vara Criminal de Taguatinga condenou M. G. M. a ressarcir os prejuízos causados a três vítimas de golpe praticado pela internet. M. foi condenado ainda a um ano e dois meses de reclusão pelo crime de estelionato.

Denúncia do MPDFT aponta que o acusado se apresentava como investidor de sucesso e sócio de duas instituições financeiras e prometia que as vítimas teriam lucros elevados e certos. Segundo o Ministério Público, o denunciado, de forma consciente e com vontade de iludir terceiro, obteve para si vantagem indevida no valor de R$ 120 mil em prejuízo das três vítimas. Consta ainda que as vítimas não conseguiram resgatar os valores.

A defesa do acusado, por sua vez, afirma que o réu fez a intermediação de investimentos na bolsa e em moedas digitais com o intuito de obter lucros para os interessados. Defende que se tratava de investimento de alto risco e que o acusado não pode assumir a responsabilidade de ressarcir os investidores dos prejuízos. Assevera ainda que não há provas de que tenha cometido atos com o intuito de prejudicar qualquer pessoa.

Ao julgar, o magistrado destacou que “as provas produzidas não deixaram nenhuma dúvida quanto à autoria delitiva e a intenção de obtenção de vantagem ilícita por parte do acusado”. Para o juiz, a denúncia apresentada pelo MPDFT merece ser julgada procedente e o réu condenado pelo crime de estelionato.

“Observa-se o intuito claro do Acusado em obter vantagem ilícita, fingindo que se tratava de um investimento, sendo que no início fingia que estava dando certo e, logo depois, procurou sair da presença das vítimas e ficou com o dinheiro que havia recebido das mesmas, o que denota, sem maiores delongas, o intento do Réu em ludibriar os ofendidos e lograr êxito na prática delitiva. Trata-se de estelionatos consumados”, registrou.

O magistrado registrou ainda que não há nos autos “qualquer circunstância que exclua a ilicitude dos fatos ou que exclua ou diminua a imputabilidade do Réu, que, pois, é imputável”. O julgador pontuou ainda que o acusado “tinha plena consciência do ato delituoso que praticou”.

Dessa forma, M. G. M. foi condenado ao pagamento de R$ 120 mil reais para as três vítimas e a pena de um ano e dois meses de reclusão, em regime inicialmente aberto, além de multa. A pena restritiva de liberdade foi substituída por duas outras restritivas de direitos, que serão estabelecidas pelo Juízo das Execuções Penais, por ocasião do cumprimento da pena.

O réu irá responder em liberdade.

Cabe recurso da sentença.

Acesse o PJe1 e saiba mais sobre o processo: 0717170-87.2019.8.07.0007

Fonte: TJDFT