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Doença é autoimune e sem cura

29/09/2023
Brasília – Representantes da Sociedade Brasileira de Dermatologia – DF, Unidade de Dermatologia do Hospital Regional da Asa Norte e Associação Brasileira de Psoríase esclarecerem a população sobre a doença, no Parque da Cidade. (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Com o objetivo de combater o preconceito e melhorar a qualidade de vida das pessoas portadoras da psoríase, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) promove neste mês de outubro a Campanha Nacional de Conscientização da Psoríase. Nesta sexta-feira (29) é celebrado o Dia Nacional e Mundial da Psoríase, doença da pele comum, autoimune e sem cura, cujos sintomas desaparecem e reaparecem periodicamente, que atinge cerca de 3% da população mundial, ou seja, 125 milhões de pessoas em todo o mundo, sendo 5 milhões apenas no Brasil.

Os tratamentos disponíveis são o tópico, com cremes e pomadas aplicados diretamente na pele; os sistêmicos, a base de comprimidos ou injeções; os biológicos, injetáveis, e a fototerapia, que é a exposição da pele à luz ultravioleta de forma consistente e com supervisão médica.

Pesquisadores em bioenergia e biomateriais da Universidade Estadual Paulista de Araraquara (Unesp) desenvolveram um tratamento sustentável, natural e barato, para aliviar os sintomas, utilizando uma membrana fina à base de látex e Aloe vera (babosa). A planta já é utilizada nas versões em gel e pomada, mas pode incomodar porque pode causar ressecamento da pele e entupimento dos poros na pele.

Segundo Rondinelli Herculano, um dos pesquisadores, o grande problema dos medicamentos sintéticos disponíveis são os efeitos colaterais, e os produtos naturais já vêm sendo utilizados para minimizar esses efeitos e melhorar a qualidade de vida das pessoas. A Aloe vera é um dos produtos naturais utilizados para aliviar os sintomas da psoríase, que vai tratar só a pele, só externamente.

“Por isso nossa proposta foi incorporar a Aloe vera em curativos de látex natural como um tratamento complementar. Porque quando a pessoa passa muitos cremes hidrogéis de Aloe vera, geralmente tem um ressecamento. Além do desconforto fica a gordura. Nos testes que fizemos em laboratório, observamos que o material ficou bem flexível e preservou as propriedades da Aloe vera, além de ser de fácil manuseio e seguro”, explicou.

De acordo com Herculano, a próxima etapa da pesquisa é encontrar parceiros para fazer os testes em humanos e para inserir o produto no mercado. A ideia é fazer o curativo de diversos tamanhos e personalizados, dependendo do tamanho da lesão.

A psoríase é uma doença autoinflamatória, na qual por predisposição genética, junto com fatores ambientais ou de comportamento, causa o aparecimento de lesões avermelhadas e que descamam na pele. A psoríase não é uma doença contagiosa e o contato com pacientes não precisa ser evitado.

Em até 30% dos pacientes, inflamação similar pode acontecer nas articulações, levando à artrite psoriásica, outra manifestação da doença. Também existe associação de psoríase com doenças cardiometabólicas, doenças gastrointestinais, diversos tipos de cânceres e distúrbios do humor, o que diminui a qualidade de vida do paciente e pode também, dependendo da gravidade, diminuir a expectativa de vida, se não tratada.

Entre os fatores que podem aumentar as chances de desenvolver a doença ou piorar o quadro clínico estão o histórico familiar, o estresse, a obesidade, o tempo frio, as infecções diversas, medicamentos e o consumo de bebidas alcoólicas e tabagismo.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), é importante que o portador da doença tenha acompanhamento psicológico, devido ao impacto na autoestima. Alimentação balanceada, o controle do peso e a prática de atividade física também auxiliam no controle a doença.

*Por Flávia Albuquerque – Repórter da Agência Brasil – São Paulo

Fonte: Agência Brasil