Os cursos de direito passarão, a partir de janeiro, por uma supervisão especial, com visitas in loco a todos, independentemente do resultado no sistema de avaliação do Ministério da Educação (MEC). A criação de vagas na área está suspensa há dois anos e nenhum curso é autorizado há nove meses.
Depois de anos de intensa pressão da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o MEC decidiu dar prioridade ao direito. “É uma área muito crítica. Mais de 80% dos estudantes se formam e não conseguem habilitação na Ordem. Há um problema que temos de discutir que é o exame da Ordem. Outro é a qualidade dos estudantes formandos”, afirmou o ministro da Educação, Aloizio Mercadante. De acordo com Mercadante, o MEC fará uma “radiografia rigorosa dos cursos”.
Essa é a segunda área a passar por uma fiscalização especial. A primeira foi Medicina, o que resultou na revisão da lei que autoriza a criação de cursos na área de Saúde. Direito passou na frente, por exemplo, de Pedagogia, na qual o próprio ministro reconhece haver um problema de formação, e currículo e prática em sala de aula têm de ser revistos. Mercadante justifica a prioridade com a falta de estrutura necessária do MEC para fazer a supervisão de mais áreas ao mesmo tempo.
Segundo o presidente da Comissão Nacional de Educação Jurídica da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Eid Badr, é importante o MEC aprimorar a avaliação dos cursos. “Precisamos mudar esse cenário e melhorar a qualidade”, afirma. Em fevereiro, o Conselho Federal da OAB votará uma nova proposta de marco regulatório do ensino de Direito. “Há também diretrizes gerais que podem ser aproveitadas em outras áreas.”
Fonte: O ESTADO DE S. PAULO – METRÓPOLE