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Desde que foi lançado pelo Banco Central, em outubro de 2020, o Pix não para de ganhar adeptos — e hoje, não por acaso, este brasileiríssimo modo de transferência instantâneo está entre os meios de pagamento mais populares do país. De acordo com o BC, por exemplo, as transações via Pix chegaram a R$ 10,9 trilhões em 2022, ou a mais que o dobro do valor movimentado no ano anterior: R$ 5,2 trilhões.

Postado em 01 de Fevereiro de 2023)

A bordo desta popularidade, o Pix vem anunciando constantes novidades para usuários, sejam pessoas físicas ou jurídicas. Quem comenta é Giancarllo Melito, advogado especialista em Meios de Pagamento e Fintechs e sócio do escritório Barcellos Tucunduva Advogados — líder do mercado neste segmento.

“A questão do Pix Internacional está no radar do Banco Central, que já formalizou que tem conversado com outros bancos centrais para viabilizar esse meio de pagamento em operações cross border”, garante, acrescentando que “isso deve acontecer no ano que vem”.

Outra novidade recente é o Pix Garantido, que não deve ser confundido com o Pix Agendado. “Eu diria que esses são os dois principais pontos que estão no foco do Pix para o decorrer deste ano e o ano que vem”, diz Melito. O advogado explica a diferença entre os dois.

“O Pix Garantido é a possibilidade de você fazer o agendamento do Pix com a garantia de que aquele valor será pago. Hoje já existe o Pix Agendado — mas, se não houver saldo na conta do cliente, a transação não é realizada. No Pix Garantido, por sua vez, há o agendamento mas, se não houver saldo na conta no dia agendado, a própria instituição garante a transferência. Isso é semelhante ao que acontece com as vendas parceladas no cartão de crédito: o emissor do cartão garante o pagamento, ainda que o portador do cartão não pague a fatura.”

E quanto à gratuidade do serviço? “O Pix é gratuito para pessoas físicas e microempreendedores, mas pode ser cobrado da pessoa jurídica. As empresas muitas vezes preferem não efetuar a cobrança do Pix, mas sempre tiveram a possibilidade de fazê-lo. A cobrança é uma questão de prática de mercado desde 2020: a pessoa jurídica pode, sim, ser cobrada pela realização do Pix.”

O especialista lembra também que o Pix pode ser usado “tanto para uma transferência quanto para o pagamento de uma compra”. “Quando ele é usado para uma mera transferência de recursos, pode ser cobrado do remetente, do pagador. Quando é utilizado para pagar por uma compra, por um produto ou um serviço, pode ser cobrado do recebedor. É uma lógica semelhante ao que já acontece hoje. Por exemplo, no TED — que é um arranjo de transferência — quem paga é o remetente. No cartão de crédito — que é um arranjo de compra — quem paga é o recebedor, o estabelecimento comercial que está vendendo. O Pix pode ser usado em ambos os cenários, mas mantém essa mesma lógica.”

Outro aspecto importante em que houve avanço: a segurança das operações com Pix. Giancarllo Melito comenta que, este mês, passaram a valer novas regras para as instituições de pagamento — regras mais rígidas, que garantem maior liquidez. “Na verdade, o que o BC fez foi dar uma equilibrada nas regras de capital prudencial, que já existiam para as instituições financeiras, e que passarão a valer para as instituições de pagamento. As instituições de pagamento tinham obrigações mais leves em termos de capital prudencial. Basicamente, era o percentual sobre o Patrimônio Líquido Ajustado. Agora, o BC criou o conceito de Patrimônio de Referência, que já é um conceito natural para as instituições financeiras. Isso vai impor para as instituições de pagamento, principalmente para as maiores, maior cuidado na gestão dos seus riscos de liquidez — o que, sem dúvida nenhuma, traz uma segurança maior para o mercado.”

Por: Giancarllo Melito

Fonte: Jornal Jurid

Entre as principais vantagens do sistema estão: redução de custos, segurança nas operações e redução do uso de cédulas.

Postado em 24 de Novembro de 2022

O pix, sistema desenvolvido pelo banco central, trouxe para os brasileiros a facilidade das transferências bancárias instantâneas, permitindo que seja feita a qualquer momento de forma imediata e em tempo real, estando disponível 24 horas por dia. Após dois anos do funcionamento do sistema no Brasil, começa a ser discutida a possibilidade de transferência para outros países.

Jean Marc Sasson, Head da área de Regulação e Novas Tecnologias do Lima Feigelson Advogados, explica que as vantagens do Pix são diversas. A ferramenta possibilita a redução de custos, agilidade nas transações, integração de dados, segurança nas operações, meios de pagamentos digitalizados, redução do uso de cédulas (alto impacto socioambiental), entrada de novos atores, competição entre os prestadores de serviços, otimização da experiência do consumidor no ambiente digital, maior inclusão financeira, melhora a visibilidade e a previsão do caixa, ao mesmo tempo que ajuda a gerenciar o risco.

Institucionalmente, apesar de ser estudado a partir do próximo ano, a execução do pix internacional deve ocorrer apenas entre 2024 e 2025, levando em consideração que o ritmo de adoção irá variar de cada país. Com sede na Suíça, o banco de compensações internacionais, em inglês BIS, já está realizando os testes, unindo a forma de pagamento em uma plataforma transfronteiriça.

Este tipo de transação trará a possibilidade de transferência para mais de 60 países, permitindo desta forma, gastos no exterior sem o cartão de crédito, pagamentos de hospedagens por meio do pix, além de permitir as transferências para diversos países, com diversas moedas e em menos de um minuto.

“A estrutura se baseará em um software chamado Nexus Gateway, que servirá de conector central para o acoplamento de todos os sistemas de pagamentos instantâneos mundial e trocar informações entre si. Há um esforço global de incrementar e tornar mais eficientes os pagamentos transfronteiriços, geralmente custosos, que sofrem com questões de rastreabilidade, sobretudo relacionadas à lavagem de dinheiro, demora na transação etc. Imagina poder realizar transações financeiras em diferentes moedas e em apenas 1 minuto! O PIX Internacional vai fomentar novos negócios, como, um mercado de câmbio competitivo, reduzindo os custos das transações cross border”. – esclarece Jean

Por Jean Marc Sasson

Fonte: Jornal Jurid