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Responsabilizar as plataformas digitais de modo progressivo e proporcional ao risco sistêmico dos conteúdos publicados é a proposta contida na petição protocolada no Supremo Tribunal Federal por professores e pesquisadores do Centro de Tecnologia e Sociedade da Escola de Direito do Rio de Janeiro da Fundação Getulio Vargas (FGV Direito Rio), representando a Associação Brasileira de Centros de Inclusão Digital (ABCID).

27 de abril de 2023
FGV Direito Rio analisou o artigo
19 do Marco Civil da Internet – Divulgação/FGV

Na condição de petição de amicus curiae, o estudo analisou a constitucionalidade do artigo 19 do Marco Civil da Internet, que trata da responsabilidade das plataformas pelo conteúdo ilegal e que viola direitos de outros usuários nela veiculado e compartilhado em seus serviços. O pedido foi direcionado aos Recursos Extraordinários 1.057.258 e 1.037.396.

A petição de amicus curiae é assinada pelos pesquisadores do CTS da FGV Direito Rio Yasmin Curzi e Walter Gaspar; e pelos professores da FGV Direito Rio André Mendes, Daniel Dias, Luca Belli e Nicolo Zingales.

O STF reconheceu a repercussão geral do tema em análise nesses dois processos, que colocam em discussão a possibilidade de os provedores serem responsabilizados pelos conteúdos que os seus usuários publicam, bem como a sua remoção em casos de postagens que ataquem direitos fundamentais.

O estudo indica que o artigo 19 do Marco Civil da Internet define uma regra geral que não reflete a evolução do ecossistema da internet na última década. Denota também que existe uma movimentação regulatória global marcada por uma abordagem progressiva, com a tendência de que se reconheçam e imponham crescentemente deveres de diligência mínima aos provedores cujo tamanho, funcionamento tecnológico e modelo de negócio são radicalmente diferentes do que caracterizava os provedores até o início da década de 2010. O Marco Civil da Internet foi aprovado em 2014.

“Na realidade atual, uma interpretação e aplicação literal do artigo 19 do MCI representa uma restrição desproporcional de um amplo leque de direitos fundamentais em nome da liberdade de expressão e pode prejudicar, inclusive, o pleno gozo da liberdade de expressão por inúmeros grupos vulneráveis”, diz o texto da petição.

O trabalho dos pesquisadores fez um diagnóstico da evolução das plataformas digitais e dos aplicativos de redes sociais nas últimas duas décadas. De acordo com Luca Belli, que coordena o CTS da FGV Direito Rio, nos últimos 15 anos houve uma mudança substancial não apenas nas tecnologias adotadas pelas plataformas digitais, mas também na dimensão das corporações, que se tornaram megaplataformas e empresas de capital aberto, em um ambiente de concentração de mercado. Em um novo patamar, passaram a adotar técnicas de recomendação algorítmica e big data.

E, desse modo, promovem conteúdos que maximizam, segundo o especialista, o alcance de conteúdos problemáticos, mas com maior potencial de engajamento, a despeito de seu impacto sobre o gozo dos direitos fundamentais dos usuários, uma vez que não existe nenhuma obrigação legal nesse sentido. “Se houvesse essa obrigação legal, as plataformas cumpririam. Mas, na ausência desse tipo de norma, a única obrigação que existe é maximizar os lucros dos acionistas a cada trimestre”, observou Belli. 

A solução apontada no levantamento é trabalhar com o artigo 19 do Marco Civil da Internet conforme a Constituição Federal, de maneira que a previsão de “danos decorrentes de conteúdo gerado por terceiros” seja interpretada restritivamente, protegendo apenas provedores que adotem a devida diligência, de acordo com seu próprio tamanho e capacidade, na proteção de direitos fundamentais. Isso implica particularmente a obrigação para grandes provedores de adotar medidas de moderação adequadas (sob pena de eventual responsabilização) quando há possibilidade de risco sistêmico, e a necessidade para todos os provedores de manter um canal de atendimento que garanta aos usuários um justo processo para eventuais reclamações.

“Defendemos essa abordagem progressiva, pois já vimos que esse modelo de negócio das megaplataformas pode gerar o que se viu nos últimos anos: interferência nos processos democráticos, prejuízo aos direitos fundamentais e manipulação em massa”, completou Belli. 

Com informações da FGV Direito Rio.

Fonte: Revista Consultor Jurídico, 27 de abril de 2023, 7h49

Índice recuou 0,8 ponto de dezembro para janeiro

Publicado em 07/02/2023
Fila no mutirão de emprego realizado pela Prefeitura de São Paulo no Cate Central da Avenida Rio Branco.

O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp), calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), recuou 0,8 ponto na passagem de dezembro para janeiro deste ano. O índice chegou a 73,9 pontos e se mantém em patamar historicamente baixo, segundo a FGV.

O IAEmp busca antecipar tendências do mercado de trabalho para os próximos meses, com base em entrevistas com consumidores e com empresários da indústria e dos serviços.

Quatro dos sete componentes do índice contribuíram para a queda do indicador em janeiro deste ano, com destaque para os índices da situação atual e tendência dos negócios do setor de serviços.

*Por Vitor Abdala – Repórter da Agência Brasil – Rio de Janeiro

Fonte: Agência Brasil

Esquema envolvia órgãos federais e estaduais

  • Publicado em 17/11/2022

A Polícia Federal (PF) faz hoje (17) ação contra esquema de corrupção, fraudes a licitações, evasão de divisas e lavagem de dinheiro envolvendo a Fundação Getulio Vargas (FGV), instituição de ensino e pesquisa privada com sede no Rio de Janeiro.

A Operação Sofisma cumpre 29 mandados de busca e apreensão expedidos pela 3ª Vara Criminal Federal do Rio, tanto na capital fluminense quanto na cidade de São Paulo. Também foram expedidas ordens de sequestro e cautelares restritivas.

Segundo a PF, o esquema envolvia órgãos federais e estaduais, que contratavam a FGV com dispensa de licitação. As investigações, iniciadas em 2019, mostram que havia superfaturamento de contratos.

A instituição era usada “para fabricar pareceres que mascaravam o desvio de finalidade de diversos contratos, que resultaram em pagamento de propinas”.

“Apurou-se que, mais do que emitir pareceres inverídicos que camuflavam a corrupção dos agentes públicos, a entidade superfaturava contratos feitos por dispensa de licitação e era utilizada para fraudar processos licitatórios, encobrindo a contratação direta ilícita de empresas indicadas por agentes públicos, de empresas de fachada criadas por seus executivos e fornecendo, mediante pagamento de propina, vantagem a empresas que concorriam em licitações coordenadas por ela”, informa nota divulgada pela polícia.

Os alvos da ação usavam empresas sediadas em paraísos fiscais, como Suíça, Ilhas Virgens e Bahamas, para lavar dinheiro e praticar a evasão de divisas.

A Agência Brasil entrou em contato com a assessoria de imprensa da FGV, mas ainda não recebeu resposta.

* Por Vitor Abdala – Repórter da Agência Brasil – Rio de Janeiro

Fonte: Agência Brasil

Índice é usado no reajuste de aluguéis

Publicado em 30/08/2022

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) registrou queda de 0,70% em agosto, após subir 0,21% em julho. A alta acumulada no ano é de 7,63% e em 12 meses está em 8,59%. Na comparação anual, em agosto de 2021, o índice havia subido 0,66% e acumulava alta de 31,12% em 12 meses. Os dados foram divulgados hoje (30), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre).

De acordo com o coordenador dos Índices de Preços do instituto, André Braz, os componentes do IGP-M foram impactados pela redução do preço dos combustíveis.

“Os combustíveis fósseis – dada a redução do ICMS e dos preços na refinaria – seguem exercendo expressiva influência sobre os resultados do IPA e do IPC, ambos com taxa negativa em agosto. No índice ao produtor, as quedas nos preços da gasolina (de 4,47% para -8,23%) e do diesel (de 12,68% para -2,97%) ajudaram a ampliar o recuo da taxa do índice. Já no âmbito do consumidor, passagens aéreas (de -5,20% para -17,32%) e etanol (de -9,41% para -9,90%) também contribuíram para o arrefecimento da inflação”, argumentou Braz.

Preços ao Produtor

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) teve redução de 0,71% no mês, depois da alta de 0,21% em julho.

Por estágios de processamento, a taxa do grupo Bens Finais caiu 0,73% em agosto, após subir 0,69% no mês anterior. A principal influência foi do subgrupo combustíveis para o consumo, cuja taxa passou de 2,39% em julho para -6,38% em agosto. O índice dos Bens Finais (ex), que exclui os subgrupos alimentos in natura e combustíveis para o consumo, caiu 0,12% após alta de 0,81% no mês anterior.

No grupo Bens Intermediários, a taxa passou de 2% em julho para -0,76% em agosto, puxada pelo subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, que variou 9,96% em julho e caiu para -1,55% em agosto.

O índice de Bens Intermediários (ex), que não considera o subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, apresentou queda de 0,57%, após alta de 0,25% no mês anterior.

No estágio das Matérias-Primas Brutas, a taxa caiu 0,63% no mês de referência, após queda de 2,13% em julho. As principais influências na desaceleração do recuo foram o minério de ferro, que passou de -11,98% em julho para -5,76% em agosto, milho em grão (-5,00% para -1,54%) e algodão em caroço (-14,02% para -4,43%). Tiveram maior variação negativa os itens bovinos (4,43% para -2,01%), café em grão (2,69% para -1,65%) e trigo em grão (2,31% para -4,99%).

Preços ao Consumidor

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) teve queda de 1,18% em agosto, após cair 0,28% no mês anterior. Entre as oito classes de despesa componentes do índice, seis tiveram decréscimo em suas taxas de variação. A principal influência veio do grupo Transportes, que passou de -2,42% em julho para -4,84%, puxado pela gasolina, que passou de -7,26% no mês anterior para -15,14% em agosto.

Também tiveram desaceleração nas variações as taxas dos grupos Educação, Leitura e Recreação (-0,86% para -3,07%), Alimentação (1,47% para 0,44%), Comunicação (-0,16% para -0,83%), Vestuário (0,73% para 0,20%) e Habitação (-0,30% para -0,31%).

Os laticínios passaram de 11,16% para 6,45%, a tarifa de telefone móvel foi de -0,04% para -2,40%, os calçados passaram de 0,94% para -0,17% e a taxa de equipamentos eletrônicos registrou 0,38% em julho e -0,41% em agosto.

Por outro lado, tiveram aceleração nas taxas os grupos Saúde e Cuidados Pessoais (0,29% para 0,67%) e Despesas Diversas (0,26% para 0,36%), com destaque para os itens artigos de higiene e cuidado pessoal (-1,43% para 1,07%) e cigarros (1,54% para 2,55%).

Construção

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) subiu 0,33% em agosto, após alta de 1,16% em julho. Entre os três grupos componentes do INCC, Materiais e Equipamentos passaram de 0,62% para 0,03%, Serviços foram de 0,49% para 0,68% e Mão de Obra registrou 1,76% em julho e 0,54% em agosto.

*Por Akemi Nitahara – Repórter da Agência Brasil – Rio de Janeiro

Fonte: Agência Brasil

É o maior nível registrado desde dezembro de 2021

Publicado em 07/06/2022

O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp), divulgado hoje (7) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre) atingiu em maio o maior nível desde dezembro, ao subir 1,4 ponto, para 80,9 pontos. Em dezembro de 2021, o indicador ficou em 81,8 pontos.

O IAEmp combina séries de dados extraídas das Sondagens da Indústria, de Serviços e do Consumidor, para antecipar as tendências do mercado de trabalho no país, se relacionando com o nível de emprego.

Em médias móveis trimestrais, o IAEmp chegou a 78,5 pontos em maio, um aumento de 2,0 pontos. De acordo com o economista da FGV/Ibre Rodolpho Tobler esta segunda alta seguida do indicador sugere um cenário mais favorável para o mercado de trabalho no segundo trimestre.

“A melhora do quadro sanitário, após o surto do início do ano, e um certo aquecimento da atividade econômica parecem contribuir para a melhora do indicador. Ainda é preciso cautela, dado que o indicador ainda se mantém em patamar baixo e com perspectivas de recuperação lenta”.

Tobler avalia que a atividade econômica segue com projeção baixa para o ano de 2022 por causa da inflação alta e da política monetária mais restritiva.

Componentes

No mês de maio, cinco dos sete componentes do IAEmp contribuíram para o resultado positivo. O destaque foi a Indústria, cujos indicadores de Situação Atual dos Negócios e de Tendência dos Negócios contribuíram com 0,9 e 0,5 ponto, respectivamente.

Sondagem de Serviços – Emprego Previsto e Sondagem de Serviços – Tendência dos Negócios variaram 0,1 ponto. Sondagem do Consumidor – Emprego Local Futuro variou 0,3 no mês.

Tiveram contribuição negativa os indicadores de Situação Atual dos Negócios de Serviços e o de Emprego Previsto da Indústria, que variaram -0,2 e -0,1 ponto.

Por Agência Brasil – Rio de Janeiro

Índice subiu 2,3 pontos de abril para maio deste ano

Publicado em 27/05/2022

Indústrias

O Índice de Confiança da Indústria (ICI), calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), subiu 2,3 pontos de abril para maio deste ano e chegou a 99,7 pontos, em uma escala de zero a 200 pontos. Essa foi a segunda alta consecutiva do indicador, que atingiu o maior patamar desde dezembro do ano passado (100,1 pontos).

Houve aumento da confiança dos empresários em 12 dos 19 segmentos da indústria brasileira pesquisados pela FGV.

O Índice de Expectativas, que analisa a confiança do empresariado no futuro, cresceu 3 pontos e atingiu 99 pontos. Já o Índice da Situação Atual, que calcula a percepção sobre o presente, subiu 1,6 ponto e chegou a 100,4 pontos.

O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) da Indústria aumentou 1 ponto percentual em maio e chegou a 80,8%, o maior nível desde outubro de 2021.

Por Agência Brasil – Rio de Janeiro

Alta no país foi puxada pelo índice da Situação Atual

Publicado em 24/05/2022

São Paulo comercio 25 de Março

O Índice de Clima Econômico (ICE), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), subiu 2,1 pontos no Brasil no segundo trimestre deste ano e chegou a 62,7 pontos, em uma escala de 0 a 200 pontos.

Brasil e Uruguai, este com alta de 14,2 pontos, foram os únicos dos dez países latino-americanos analisados pela pesquisa a apresentar crescimento no segundo trimestre, na comparação com o primeiro.

Na média, a América Latina apresentou queda de 11,7 pontos no período, de acordo com a pesquisa. Os demais países oscilaram entre recuos de 5,5 pontos na Bolívia e 27,9 pontos na Argentina.

O ICE é calculado com base em informações prestadas trimestralmente por especialistas nas economias de seus respectivos países.

A alta do índice no Brasil foi puxada pelo Índice da Situação Atual, que mede a avaliação sobre o presente e que subiu 14,6 pontos, alcançando 30 pontos. Já o Índice de Expectativas, que mede o futuro, caiu 15,4 pontos, mas manteve-se no centro da escala, com 100 pontos.

Apesar de apresentar alta, o ICE do país (62,7 pontos) ainda está abaixo da média da América Latina (67,3 pontos). O indicador brasileiro é também o terceiro mais baixo entre os dez países latino-americanos, superando apenas Argentina (39,1 pontos) e Chile (46 pontos).

Os demais países apresentam os seguintes índices: Peru, 63,4 pontos; Bolívia, 65,9; México, 66,2; Equador, 72,1; Paraguai, 91,2; Colômbia, 95,7; e Uruguai, 149,6.

PIB

O estudo também divulgou previsões de especialistas para o PIB de 2022 dos países pesquisados. A estimativa de crescimento para este ano no Brasil subiu de 0,7% no primeiro trimestre para 0,8% no segundo trimestre.

Apesar da nova previsão, o Brasil tem a menor taxa entre as nações pesquisadas. Na média, a América Latina deve crescer 2%. As demais taxas variam entre 4,3% na Colômbia e 1,2% no Paraguai.

Para os especialistas, os principais problemas para a economia do país são falta de inovação, falta de confiança na política econômica, infraestrutura inadequada, aumento das desigualdades de renda e falta de competitividade internacional.

Por Agência Brasil – Rio de Janeiro

Publicado em 28/07/2021 – 09:30

Índice cresceu 0,8 ponto de junho para julho e atingiu 108,4 pontos

O Índice de Confiança da Indústria (ICI), medido no país pela Fundação Getulio Vargas (FGV) , cresceu 0,8 ponto de junho para julho deste ano e atingiu 108,4 pontos, em uma escala de zero a 200. Essa foi a terceira alta consecutiva do indicador, que atingiu o maior valor desde janeiro deste ano (111,3 pontos).

A alta foi puxada principalmente pelo Índice de Expectativas, que mede a confiança do empresariado da indústria brasileira em relação ao futuro e que subiu 0,9 ponto. Com essa, que foi a terceira alta consecutiva, o indicador chegou a 104,9 pontos.

O Índice da Situação Atual, que apura a percepção do empresariado sobre o presente, subiu 0,5 ponto e chegou a 111,8 pontos.

Faltam insumos

Apesar da alta do ICI, houve uma desaceleração em relação ao crescimento de junho (3,4 pontos). “As empresas ainda enfrentam um cenário de escassez de insumos, possibilidade de racionamento energético e alta incerteza econômica, fatores que tendem a limitar uma alta mais expressiva da confiança nos próximos meses”, disse a economista da FGV, Claudia Perdigão.

O Nível de Utilização da Capacidade Instalada subiu 0,7 ponto percentual, indo para 80,1%, maior valor desde novembro de 2014 (80,3%).

Por Agência Brasil – Rio de Janeiro